Rosa Lobato Faria (1932 - 2010)
A escritora, poetisa, argumentista, cronista e actriz Rosa Lobato de Faria morreu no dia 2 de Fevereiro, aos 77 anos, vítima de uma anemia grave que a manteve internada desde a semana passada.
Rosa Lobato Faria tinha 17 anos e queria ser actriz.
O pai deu-lhe a escolher.
Ou ia para a faculdade em Coimbra, com tudo pago, ou para o conservatório, em Lisboa, pagando o curso com um emprego.
Aceitou a vontade do pai.
Foi estudar Germânicas. Isso quanto tinha 17 anos.
Porque depois Rosa Lobato Faria, mulher forte e convicta, foi mesmo actriz.
E poeta, escritora, argumentista e compositora.
Quando questionada, respondia ser escritora.
Mas, acto contínuo, acrescentava que ser actriz não era muito diferente: criar personagens e dar-lhes vida.
Rosa Lobato Faria dizia que toda a poesia e literatura que escreveu partiu do Alentejo das suas férias de infância - daquela paisagem, dos cantares das pessoas, da força da tradição que ali pressentia. Também nisso era múltipla: mulher moderna e cosmopolita, mas que nunca escondeu um imenso fascínio pela cultura popular.No momento da sua morte, recordamo-la pelas letras das canções que escreveu, pela presença na televisão e no cinema, pelo teatro e pela poesia compilada em volumes como Os Deuses de Pedra (1983). Recordamo-la também, obviamente, como romancista. O seu último livro, As Esquinas do Tempo, foi publicado em 2008. A sua obra, como refere em comunicado a Porto Editora, "está traduzida em Espanha, França e Alemanha e representada em várias colectâneas de contos, em Portugal e no estrangeiro".
Rosa Lobato Faria cumpriu o seu sonho.
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